terça-feira, 30 de junho de 2009

auto-retrato


baby, subi numa árvore frondosa
da colina perto de casa
para tentar avistar onde a dor ficou
aquela dor que eu cultivava
como se fosse uma bala dura de chupar

eu guardava ela por uns dias
– chiclete mascado escondido numa gaveta,
e passado pouco tempo
eu a abria sobre a mesa
com um pouco de história e cerveja.

baby! para onde foi aquela dor?

você se lembra que escrevia cartas longas
equilibrava planos nas franjas
e o amor festejava entre torpor?
preferia andar nas ruas estreitas
as mesma onde me colocava de espreita
esperando o prazer passar?

baby! agora estou em outro lugar
entre o blue do céu e o blue do mar.

uma aragem perfumada vem no vento
que toca veloz nas cidades
ancorei meu barco sob o sol
faço de cada ato um anzol
para fisgar mais desejo
em minha casa desfrutar
com bom vinho e fino queijo

baby! baby! venha para cá.



maio, 2009.

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