terça-feira, 30 de junho de 2009

a idéia, na janela, brinca com a arte

verde que te quero



as filhas da palmeira


auto-retrato


baby, subi numa árvore frondosa
da colina perto de casa
para tentar avistar onde a dor ficou
aquela dor que eu cultivava
como se fosse uma bala dura de chupar

eu guardava ela por uns dias
– chiclete mascado escondido numa gaveta,
e passado pouco tempo
eu a abria sobre a mesa
com um pouco de história e cerveja.

baby! para onde foi aquela dor?

você se lembra que escrevia cartas longas
equilibrava planos nas franjas
e o amor festejava entre torpor?
preferia andar nas ruas estreitas
as mesma onde me colocava de espreita
esperando o prazer passar?

baby! agora estou em outro lugar
entre o blue do céu e o blue do mar.

uma aragem perfumada vem no vento
que toca veloz nas cidades
ancorei meu barco sob o sol
faço de cada ato um anzol
para fisgar mais desejo
em minha casa desfrutar
com bom vinho e fino queijo

baby! baby! venha para cá.



maio, 2009.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

bandeirolas



para que saber das coisas do mundo
fora da confraria que vai mudar tudo nele,
inclusive, a maneira de defecar a cada dia,
uns que ficam entre compadecências
e Wittgernstein potencializado de alguma impotência
que nem fora decorrente da análise
feita por seu pai no divã de Freud?

já é dia de festa junina
e nessa hora o amendoim já está cheirando na trempe e no forno.
o pessoal vai chegar com licor,
uns gostam de quentão,
muitos de farofa,
Fernando quer vinho argentino,
Laurinha irá de mão em mão
sob riso e alívio de Layanne,
Marcelo contará piadas anais
e os casais deixarão de serem casais por uns instantes.
Eduardo relembrará a Alber a confraria com cinzas úmidas,
o mistério da tela de Adilson encantará Leila
que o encantará no seu silêncio no sofá,
as crianças preferirão o jardim
sob o primeiro cacho da orquídea já senhora na palmeira,
Aline atrairá, com falas que disfarçam a sua espera, elogios
ao bolo de chocolate e ao de milho que fizera
e os risos soltarão estribilhos várias vezes na casa toda.

melhor a rede que o território.

23.06.2009.